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A Bela

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Capítulo III

Enquanto isso na casa de Leonardo, se esticando em frente ao espelho do quarto estava a bela Luana, irmã gêmea do cara. Usando um baby doll vermelho a maravilhosa Lú tinha acabado de acordar e admirava o próprio corpo diante de um dos espelhos da sua suíte. Como costumava fazer todas as vezes que acordava, por volta das 6 da manhã, se desfez da langerrie que vestia e seguiu para o chuveiro.









E na cozinha, a diarista Rita preparava o café da manhã da gata que quase uma hora depois chegou toda perfumada e absolutamente linda. Lú já usava uma calça jeans colada ao corpo e uma blusa branca, com um decote provocante.

- Bom dia, Ritinha! Cadê o meu pai?

- Bom dia, Lú! Já saiu. Você vai querer suco?

- Não. Tô super atrasada. Vou comer um pedaço de torrada e tomar esse cafezinho aqui... Huumm!!! Pãozinho gostoso... Tenho que encontrar Nanda daqui a pouco na loja. A nossa nova coleção de langerrie tá bombando... Vendendo pra ‘caramba’... Ui! Tá quente o café... Agente precisa organizar um desfile para o mês que vem.

Instantes depois Luana volta a sua suíte para apanhar a bolsa e sair correndo em direção a porta.

- A chave do carro, Luana! – “Berrou” a diarista.

- Porra, esqueci Ritinha. Brigada! Beijo, Tchau!

- Tchau. Assim que terminar eu vou para a casa da sua irmã, hein? Não quero tomar chuva. Tá vindo um temporal por aí... – Avisa a diarista Rita, sem ouvir a resposta da garota que sai apressada, batendo a porta da frente.

À medida que o tempo passa e a tempestade continua se aproximando Luana segue com o seu carro zero, também presente do pai, em direção ao shopping onde a sócia e irmã mais velha, Fernanda a aguardava na loja de langerrie. De repente o celular de Luana toca. Era Leonardo, seu inseparável irmão gêmeo.

- Já acordou preguiça?

- Já seu mané. Tô no trânsito, num engarrafamento do caralho! Léo preciso te contar um lance muito sério, falou? É sobre Fernanda. Mas só posso falar pessoalmente, sacou?

- É Abílio né? Mais tarde você me fala. Também tô dirigindo. Beijo!

- Beijo, maninho!


E não muito longe dali, também “entalado” no trânsito congestionado, estava Orlando Aquino, pai do casal de gêmeos e de Fernanda. Ele queria chegar cedo na Frotáxi para assinar alguns papéis antes de fazer uma pequena viagem.









Uns 20 minutos mais tarde Orlando finalmente chega ao prédio de dois andares, onde funcionava o escritório da Frotáxi, permanecendo no local até às sete e cinqüenta daquela manhã nublada, até o motoboy Pedro, chegar todo apressado.

- Bom dia, Dr. Orlando! – Diz ele.

- Bom dia, meu rapaz. Já estou saindo. Não precisa dizer a ninguém que estive aqui.

- Sim, senhor.

- Há, sim. Quando a minha secretária Renata chegar diga que os papéis estão na minha mesa. Fale apenas que eu liguei para avisar sobre isso.

- Pois não, chefe. Bom dia "pro" senhor.

Orlando Aquino era viúvo de Marta, que morreu após o nascimento dos gêmeos Leonardo e Luana. Marta era um mulherão e se estivesse viva teria apenas 38 anos. O quarentão Orlando nunca a esqueceu totalmente, mas mesmo assim queria seguir em frente. Tocar sua vida.

Quanto a Luana, era uma gatinha de pele morena-clara, cabelos pretos e lisos, olhos claros, 1,60m, 60 kg, pernas grossas e bem torneadas, bem parecida com a mãe, Marta. O casal teve ainda Fernanda. A mais velha. Uma loira de cabelos longos, olhos azuis e pele clara, não menos gostosa que a baixinha Luana. Com seus bem vividos 21 aninhos, Nanda era mulher de Abílio Galizza, sócio do pai dela na empresa de táxis.

Após a saída de Orlando da empresa, a operadora de rádio Carol apareceu no topo da escada do primeiro andar, onde ficava a sala dela. Com um vestidinho bege, que deixava a mostra seu belo par de pernas e um decote provocante, após um longo bocejo ela indaga ao motoboy:

- Quem tava aí contigo, Pedro?

- Ninguém, Carolzinha. Cheguei mais cedo e dei uma saída rápida. Bom dia gatinha!

- Bom dia gostoso. Eu pensei que fosse o segurança. Pedi que ele comprasse café pra mim. O daqui acabou.

- Ele já tá na copa. Passou por aqui agora.

Pedro então seguiu em direção a porta da frente do escritório, aonde encontra mais uma colega de trabalho, Aline. Aquele mulherão que Léo foi buscar no aeroporto, que mais uma vez mantinha um papo esquisito ao celular.

- Já estou com tudo aqui na bolsa. Até mais tarde!


Passam-se cinco minutos e Renata, secretária de Orlando Aquino foi a próxima a chegar ao trabalho, enquanto que Aline espiava pela janela do escritório que a ventania estava cada vez mais forte e as nuvens carregadas anunciavam um verdadeiro ‘tsunami’.






Depois de uma noite inteira na central de rádio da empresa já era hora de Carol ir embora. Ela só retornaria ao trabalho no início da noite. Na saída, a garota e o motoboy dão de cara com Abílio Galizza, que por sinal estava com uma cara de poucos amigos.

Ele mal chega à empresa e se tranca na sua sala, avisando pelo interfone as duas secretárias, Aline (que chegou em seguida) e Renata, que não queria ser incomodado por ninguém. Com certeza aquele não seria mais um dos seus rotineiros dias de trabalho.

Após se trancar na sala, Abílio abriu o seu cofre e apanhou um envelope grande. Com os olhos arregalados no pacote por alguns instantes, o cara criou coragem e decidiu abri-lo.

Para ele não seria nenhuma surpresa que ali estariam as fotos do adultério cometido pela sua esposa Fernanda. Eram as provas que faltavam para ele "chutar o pau da barraca". Babando de tanto ódio, Abílio Galizza só pensava em vingança.

Cerca de uma hora mais tarde, após uns goles de uisque, ele sai da sala de pasta na mão, sendo seguido por Aline que pergunta:

- Alguma recomendação, Dr. Abílio?

- Ligue para o mecânico e diga que vá buscar o carro de dona Fernanda no shopping. Hoje é o dia da revisão. No final da tarde eu já quero o carro dela pronto. – Ordena o cara visivelmente irritado, seguindo em direção à porta da frente da empresa.

Cada vez mais dava pra se sacar que aquele dia ia ser bem sinistro. O clima na Frotáxi estava mais quente do que nunca. O motoboy Pedro saiu em diligência, Orlando viajou e Abílio...

Bom, o cara saiu furioso e feito uma bala e não voltou até o final do dia. Após mais uma estressante jornada de trabalho, grande parte dos funcionários da empresa foi embora no início da noite, enquanto Ana Carolina, operadora da central de rádio, retornava para mais um plantão noturno, escoltada gentilmente por um segurança do prédio.

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