Capítulo II

No centro de uma grande cidade, da janela de um apartamento no décimo primeiro andar de um modesto edifício, um grande segredo estava prestes a ser descoberto. Usando uma luneta, alguém espionava atentamente o nono andar de um outro prédio do lado oposto da rua.



No local morava Henrique Muniz, amigo particular do empresário Orlando Aquino, um dos donos de uma conceituada empresa de táxis da cidade, a “Frotáxi”. O detalhe é que havia alguém na companhia de Henrique que não deveria estar ali, Fernanda Aquino, filha de Orlando e esposa de Abílio Galizza, sócio dele na empresa.

Naquele momento, além de espionar o casal com uma luneta, a pessoa misteriosa no prédio em frente também fotografava todos os passos da discreta Fernanda e seu amante. Após uns drinques na sala, os dois seguiram para o quarto, sendo vistos ainda melhor através de uma clara vidraça.

À medida que a sessão de fotos continuava as surpresas também. Após se sentarem na cama Renata e Henrique passaram a se acariciar e em meio aos beijos de língua e gostosas gargalhadas iniciaram mais uma tarde de puro prazer e luxúria.

As fortes cenas de amor eram fotografadas sem descanso pelo espião (ou espiã) que parecia não ter pressa de concluir a sua missão. Após registrar todas as cenas picantes daquela ‘sessão pornô’ a pessoa finalmente decide ir embora, afinal já tinha tudo o que precisava. As imagens do adultério.

Casada há pouco mais de um ano com Abílio Galizza, a bela Fernanda Aquino vivia distante da felicidade. O casal estava quase sempre em “pé de guerra” e o cara, muito ciumento, não admitia traição. Dizia sempre que mataria a esposa caso descobrisse um adultério. Sempre desconfiado, ele então decidiu contratar alguém para seguir todos os passos da jovem.


No dia seguinte ao flagrante, em outro ponto da cidade estava Leonardo Aquino, irmão mais novo de Fernanda. Apesar da pouca idade, 18 anos, Léo já trabalhava duro na empresa do pai, Orlando e do cunhado, Abílio.






Taxista ‘boa pinta’, Leonardo ganhou um carro zero quilometro do pai para rodar na praça. Mas o coroa não lhe dava moleza. O cara tinha que acordar quase sempre às 4 da madrugada para no máximo uma hora depois, já estar parado no ponto de táxi em frente à empresa, mesmo que tirando uma leve soneca (como sempre fazia debruçado ao volante do carro), mas aguardando a primeira corrida do dia.

Era uma sexta-feira nublada, com mais cara de temporal do que de sol. Depois de mais uma noite de farra, naquele momento de ressaca, Léo sonhava ter nos braços a maravilhosa Carol, sua colega de trabalho, que comandava as viaturas pela central de rádio da ‘Frotaxi’.

Carolzinha era uma loura de parar qualquer trânsito e não tinha mais de vinte e cinco anos. De acordo com os sonhos de Leonardo, a maravilhosa Ana Carolina estava peladona na frente dele, pronta para virar “comida de tubarão”. Mas de repente o sonho do cara acaba e a realidade era outra.

Fala sério... A verdadeira Carol era uma “mala sem alça” e apesar de muito gostosa, não dava a mínima para o “mané”. E lá estava ela “berrando” pelo rádio da central:

- Atenção viatura 157! Atenção Leonardo, Aline o aguarda no ponto sete do aeroporto, copiou?

- Positivo Carol. Já estou a caminho.

Secretária de Abílio Galizza, Aline Rocha era ‘toda boa’ e ao mesmo tempo muito misteriosa. Vivia de cochichos no celular e ninguém nunca sabia quem estava do outro lado da linha.

Após responder a chamada, já acionando o motor do carro, Léo sai em disparada em direção ao seu destino: Aeroporto Internacional da cidade. A neblina ainda embaçava os vidros do táxi e encobria grande parte daquela metrópole. A garota da central volta a apressar o rapaz.

- Que mala, hein? - Resmunga ele e responde em seguida:

- Não esquenta Carol. Já tô chegando, ok!?

Cerca de 20 minutos depois, bocejando sem parar, o ‘playboy’ finalmente chega ao aeroporto e dá de cara com a fantástica criatura. Sentadinha em uma única mala, abrindo um bocão maravilhoso lá estava Aline.

A gata tinha cabelos curtos, olhos azuis e um lindo bronzeado que chamava a atenção pelas marquinhas de biquíni que ela deixava aparecer de propósito. O motorista não sabia se babava ou se parava logo o táxi, para acolher aquela gostosa mulata, que usava uma blusa de seda preta transparente, que permitia ter a linda visão do sutiã rendado que vestia.

A calça justa, fazia qualquer imaginação viajar. Seguidos os cumprimentos e depois de guardar a bagagem da moça no porta-malas, o cara indaga o seu destino e ela carinhosamente em vez de lhe dar uma resposta o surpreende com uma outra pergunta:

- Para onde você quer me levar?

- Isso foi uma cantada ou uma brincadeira?

- No momento pode ser brincadeira. Quem sabe um dia?! – Diz ela com um belo sorriso no rosto e fazendo um leve carinho no queixo do cara, que quase tem um “troço”.

Apesar do tempo ruim, onde ameaçava desabar sobre a cidade um grande temporal, algumas pessoas faziam os seus exercícios matinais como de costume, enquanto que sentadinha no banco de traz do táxi a garota retocava a maquiagem quando é obrigada a parar para atender a mais uma daquelas chamadas misteriosas no celular.

- Alô! Acabei de chegar. Tudo resolvido. Não posso falar mais, tchau!

- Além de gostosa, misteriosa... – Insinua Léo, dando sempre uma espiadinha pelo espelho retrovisor na calça apertada usada pela menina, que com as pernas entreabertas, desconversa.

- Tá olhando o que, garoto?

- Nada não. Só tô observando você. Foi passear aonde?

- Não é da tua conta.

- Huumm!!! Isso tá me cheirando a sacanagem...

- Não enche garoto! Fui a trabalho. Na verdade fui fechar um negócio para a empresa, a mando do seu cunhadinho gostoso.

- Olha o respeito menina? Eu te entrego pra minha mana...

- É por isso que eu não te dou bola. “Dedo-duro”. Me leva pra casa, vai. Quero tomar um banho bem gostoso antes de ir trabalhar.

- Posso tomar banho contigo?

- Não. – Responde a moça, fazendo uma cara engraçada para risos do rapaz, que acelera o carro e segue em frente.

Subscribe